Jovens doadoras da Paranoá Senepol continuam processo de melhoramento genético com alta produtividade. (Foto: Assessoria de Comunicação Paranoá Senepol)
A Paranoá Senepol continua superando suas médias. Duas de suas jovens doadoras já mostraram a força da genética desenvolvida na empresa, fornecendo uma média superior de embriões em primeira aspiração. Paranoá 229 e Paranoá 230 converteram 51% dos oócitos coletados em embriões viáveis, entre transferidos e congelados. “O resultado foi acima do esperado”, resumiu Guilherme Zeli, da Paranoá Senepol.
As duas novilhas registraram, na virada do ano, 95 oócitos coletados em primeira aspiração pela In Vitro Brasil, responsável pela execução das biotecnologias de reprodução dentro da Fazenda Paranoá, em Três Lagoas/MS. Converteram 48 embriões, acima da média nacional para FIV. “O que nos deixa mais satisfeitos é que não foi um número pequeno de oócitos, o que valoriza a média e a conversão”, comemora Guilherme Zeli.
As doadoras Paranoá 229 (Safira Elite) e Paranoá 230 (Safira Top 10), são irmãs por parte de pai, o reprodutor CN 6445G. Ambas são filhas de Safiras Top 10 (Paranoá 031 e Paranoá 032, respectivamente), o que reforça o critério dos acasalamentos no cumprimento da meta de melhoramento genético dentro do rebanho.
As duas novilhas foram comercializadas no mesmo lote, ainda bezerras, dentro do primeiro Leilão Paranoá, em março de 2015, com opção de escolha pelo comprador da melhor classificada no programa Safiras do Senepol, encerrado em outubro. A ZB Senepol, que arrematou o lote, decidiu ficar sócia da família Zeli nas duas doadoras. Agora, vai desfrutar dessa genética junto com a Paranoá Senepol.
Yuri Farjalla, da Aval, em ultrassom de carcaça realizada nos touros da Paranoá Senepol no início de dezembro. (Fotos: Paranoá Senepol)
Uma seleção dentro da realidade da pecuária brasileira, com o critério justo para atender demanda por qualidade, proveniente de uma genética selecionada com rigor e baseada em informações, tecnologia e resultados. É esse o resumo da última sessão de ultrassonografia de carcaça realizada pela Aval nos 80 touros de sobreano da Paranoá Senepol, em Três Lagoas/MS, no início de dezembro.
“O que mais me impressionou na Paranoá foi a seleção a pasto, que gerou animais bem acima da média em desempenho de carcaça”, considerou Yuri Baldini Farjalla, da Aval. “Essa é a grande opção da pecuária, porque quem precisa de touro é para cobrir a campo, com rusticidade, como o nosso sistema produtivo exige”. Márcio Alves de Brito, Gerente da Paranoá Senepol, acompanhou Yuri durante toda a avaliou dos machos entre 15 e 16 meses de vida, os mesmos que passaram pelo crivo do Geneplus, da Embrapa, duas semanas antes (veja matéria em Notícias). Através de ultrassonografia, ele mediu cobertura de gordura e área de olho de lombo.
Cobertura de gordura e AOL foram as medições da Aval nos touros de sobreano da Paranoá Senepol.
“Nós ranqueamos o grupo contemporâneo pela qualidade de carcaça e agora vamos observar a variação, nesse volume grande, para dar base a essa seleção. Isso é importante para garantir melhoramento genético”, declarou, elogiando os critérios de seleção de Guilherme Zeli, da Paranoá Senepol. “Ele é muito caprichoso, utiliza tecnologia em todos os aspectos, na formação de pastagem, na avaliação de machos e fêmeas, na FIV. E acredita nas informações para selecionar, sem privilegiar nenhum indivíduo. Usando os melhores animais, ele aumenta a produtividade e, com manejo excelente, reduz custo de produção dele e dos clientes que vierem buscar os touros que vão a campo cobrir, comer brachiaria e fazer bezerro mais pesado e precoce”.
Baseado nos números que instituições como Aval e Embrapa compilam, Guilherme Zeli vai selecionar agora os melhores animais da safra que possam cumprir as premissas da empresa de atender uma demanda de mercado por qualidade. Algo que a Paranoá Senepol vem oferecendo nos últimos anos, graças à sua excelência em produtividade.
Mangueiro lotado na Paranoá, com touros da geração 2014 em avaliação no Geneplus.
A Paranoá Senepol prepara um 2016 de muita produtividade. Principalmente a julgar pela safra de 80 touros ao sobreano que acabam de passar por avaliação do programa Geneplus, da Embrapa. O dia 25 de novembro foi de coleta de dados dos touros entre 15 e 16 meses de média de idade, que mostraram desempenho muito satisfatório à Paranoá e impressionou o técnico do programa Geneplus.“O que eu vi ali foi uma garrotada muito parelha, carcaçuda, pelo zero, adaptada mesmo, ótima de aprumo e tudo a pasto, com alguma suplementação”, descreveu Lucas Nascimento Silva, do Geneplus.
Nascidos entre abril e setembro de 2014 (dois grupos contemporâneos), os touros jovens da Paranoá Senepol registraram peso médio de 515 kg e CE de 35 centímetros. Números que dão a Guilherme Zeli, da Paranoá, expectativa de que esses animais se coloquem bem na comparação com outros touros de diversas fazendas integrantes do programa, mantendo a evolução do rebanho. “A gente se preocupa em programar os acasalamentos e dar condição a pasto a todos os animais, para que eles possam se credenciar para o mercado”, declarou Guilherme Zeli.
Equipes da Paranoá e do Geneplus apartam tourinhos ao sobreano para avaliação. (Fotos: Assessoria de Comunicação Paranoá Senepol)
Ele afirmou que dois dos animais foram selecionados pela fazenda e apoiados pelo técnico do Geneplus para se tornarem touros de repasse em curto espaço de tempo. “No meio de tanto touro equilibrado e padronizado a gente deixou dois ali de ‘sobreaviso’, porque são diferentes”, brincou Lucas Silva. “Eles realmente chamaram atenção desde as primeiras avaliações e, com o pedigree que têm, vamos prestar atenção”, avisou Guilherme Zeli, em tom de suspense, prometendo divulgar os nomes num futuro próximo.
A avaliação dos machos ao sobreano é parte do trabalho da Embrapa para avaliação dos animais que integram o sumário Geneplus. As medições de pelo, umbigo, aprumo, cor, CE, peso e conformação frigorífica, entre outras, entram nos escores que se somam aos dados colhidos na fazenda desde o nascimento, passando pelos dados aos 4 meses e desmama, etapa de coleta de dados já coordenada pelo Geneplus com a equipe da fazenda.
Geneplus avaliou 80 touros entre 15 e 16 meses de média, registrando 515kg de peso e 35cm de CE.
“Vamos compilar agora todas as informações e o sumário será lançado em maio”, informou o técnico da Embrapa. A expectativa dele é de que o programa cresça muito em volume. Na edição passada, publicou dados de mais de 60 mil animais de 50 criatórios diferentes de todo o Brasil, inclusive a Paranoá Senepol.
Senepol na Fazenda Paranoá, ao fundo o Rio Sucuriú.
Localizada às margens do rio Sucuriú, em um local onde o cerrado do Mato Grosso do Sul é cenário de belas imagens, encontra-se a fazenda Paranoá. Propriedade de Eldino Zeli desde 2002, é administrada pelo filho, Guilherme Candeloro Zeli.
Com uma área total de 2.244 ha, sendo 44,5% destinados ao reflorestamento com eucaliptos, 34,8% de áreas de pastagens e 20,7 % de reserva legal, a fazenda é destaque por manter processos organizados, ter boa gestão e também investir em tecnologia.
O Senepol
Na fazenda Paranoá grande parte dos investimentos são voltados para a produção de gado Senepol. A raça é originária da ilha caribenha de Saint Croix, nas Ilhas Virgens, e é resultado do cruzamento entre a raça N´Dama, do Senegal, e o Red Poll, da Inglaterra. Desde 1918, vive adaptada a um ambiente com poucos recursos, produzindo excelentes resultados.
Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol, a missão do rebanho era consumir as pobres pastagens da ilha para converter em carne, que serviria para alimentar os próprios habitantes de Saint Croix. Informações genéricas como intervalo de parto e performance de desenvolvimento eram guardadas como dados. Por décadas, os filhos e filhas dos animais mais consistentes eram usados como animais de reposição do rebanho.
No Brasil
O Senepol chegou ao Brasil no ano 2000 e teve uma rápida aceitação. Por ser um país onde o clima é tropical, prevalecendo muito calor, a raça consegue manter todas as características, sem perder a sua identidade. Guilherme está feliz com os resultados e conta como é feito o trabalho na fazenda, bem como sobre os investimentos realizados.
“Em 2005, compramos o primeiro touro Senepol e identificamos que os seus filhos eram diferentes dos demais. Em 2009, compramos os primeiros animais puros, as doadoras. A Paranoá Senepol, desde então, só vem crescendo. Hoje, tenho mais de 100 doadoras e estou cada vez mais otimista em criar Senepol”, reforça o pecuarista.
A raça, caracterizada também pela habilidade em produzir bem em um clima totalmente quente, tem destaque no Mato Grosso do Sul. “O nosso foco é produção de carne, através do touro. A raça mãe do Brasil é Nelore e o Senepol tem características semelhantes ao Nelore, como a resistência ao calor e adaptabilidade. Os filhos desse cruzamento tornam-se extremamente dóceis, uma das grandes características da raça Senepol. O Objetivo é fazer touro a campo e essa raça aguenta o calor. Os animais pastam tranquilamente e poucas vezes procuram a sombra. Em 2011, eu estive em Porto Rico e visitei algumas fazendas. Local de clima muito quente e úmido, pude observar vacas de até 10 anos pastando normalmente. Isso nos alegra muito, pois é um animal que aguenta o nosso clima. O Senepol gosta de calor”, define Zeli.
Todo esforço e investimento no que existe de melhor na raça proporcionam à Paranoá Senepol vender touros para diversas partes do Brasil. “Recentemente, vendemos para Unaí, Formosa, Cristalina, entre outras cidades. Clientes que compraram em eventos anteriores, sempre voltam”.
Doadoras Senepol na fazenda Paranoá.
Melhoramento Genético
A preocupação da Paranoá Senepol, desde que iniciou a seleção na raça pura, sempre foi garantir melhoramento genético nas gerações formadas dentro da fazenda, a partir de genética qualificada.
“Existe uma prova de fêmeas, o programa Safiras do Senepol, que realiza vários estudos e avalia eficiência alimentar, características visuais, quantidade folicular de novilhas, entre outras mensurações”, comenta o criador. São sete as características avaliadas, para identificar os indivíduos superiores e permitir reprodução das melhores fêmeas.
“Quando eu entrei na associação, em 2009, eram 70 criatórios e hoje passam de 350. Como a raça ainda é pequena, mas está em amplo crescimento, precisamos multiplicar apenas os animais superiores. Eu não posso pegar qualquer vaca e sair multiplicando”, alerta. Guilherme utiliza os processos de FIV (Fertilização In Vitro) e TE (Transferência de Embriões) para garantir animais de boa qualidade.
“Utilizamos essas tecnologias apenas em indivíduos superiores, selecionados mediante provas, para produzir filhos melhores do que as mães. Para produção de carne, temos que produzir um touro sempre melhor do que o pai dele. Para isso, os animais são categorizados pelo seu desempenho nas provas e nós passamos a ter confiança nas informações que eles geram através de sua performance”, explica Guilherme.
Tecnologia
Para todo esse processo fluir até garantir uma boa qualidade da carne, a tecnologia é destaque. Zeli nos explica como funciona o processo de envio de informações para empresas e instituições que realizam as avaliações dos animais. É assim no que já existe de sumários como Embrapa/Geneplus. Será mais preciso ainda quando estrear uma tecnologia que vai funcionar para avaliação de touros em prova única no Brasil. “Estamos nos estruturando e até meados de dezembro desse ano já vamos iniciar uma prova que será batizada Rubi Senepol”, conta.
O teste consistirá em deixar os reprodutores por 150 dias em avaliação e medir eficiência alimentar através de cochos eletrônicos, que uma empresa parceira do processo instalou na fazenda. Esses cochos medem o consumo de cada animal, no momento em que ele entra para comer. São cochos que funcionam como balança e a informação de quanto ele comeu é enviada imediatamente para um computador da empresa, que armazena todas as informações de alimentação dos animais.
Cochos eletrônicos medirão em tempo real peso, consumo de comida e água dos animais.
O mesmo acontecerá para medição de consumo de água. Quando o animal entrar na plataforma, que também é uma balança, ele será pesado instantaneamente. E quando beber água, o consumo também será medido eletronicamente e a água, reposta automaticamente no cocho. Todas essas informações também serão armazenadas no banco de dados da empresa e vão gerar índices para cada indivíduo.
A estrutura está pronta para 50 touros. A prova será coordenada por técnicos do Embrapa/Geneplus e da S+ Senepol, empresa que presta serviços para os criadores de Senepol. Eles também farão a avaliação visual dos animais. Zeli afirma, ainda, que um veterinário será contratado para realizar os exames andrológicos. “É como no Safiras, só muda a avaliação da questão reprodutiva”, resume.
Concorrência
Questionado sobre a comparação com a raça Angus, que também é destinada à produção de carne, Guilherme não vê concorrência. “O Senepol não vem para concorrer com ninguém. Se o criador insemina com Angus ou qualquer outra raça que não é feita para clima tropical, ele precisa repassar com outra raça que possa cobrir a campo, nisso o Senepol é imbatível”, sentencia. “Nossa proposta é fazer touro comprovadamente superior, para ter bezerro que irá comer menos e produzir mais, entre outros fatores. Tenho relatos de clientes que abateram animais meio-sangue com a nossa genética com vinte meses de idade, 18 arrobas e rendimento de 54% de carcaça. Você precisa de um ciclo rápido e satisfatório. Isso o Senepol proporciona”, finaliza.
Três Lagoas
Guilherme diz que em Três Lagoas e em toda região o mercado é muito bom para a venda de touros e diversos criadores buscam a sua genética devido à credibilidade e ao processo de escolha dos animais. “Em Três Lagoas, somos os pioneiros com a raça Senepol na seleção de gado PO. Estivemos esse ano na Expotrês e pretendemos, em 2016, participar mais ativamente, com um número maior de animais. Estamos estudando essa possibilidade e acredito que vai dar certo”, programa.
Sendo assim, percebe-se que na Paranoá Senepol todos os processos são desenvolvidos corretamente, com o objetivo de fornecer ao mercado animais diferenciados e que irão possibilitar grandes resultados aos seus compradores.
Alunos UNESP Dracena – SP em visita à fazenda Paranoá para conhecer a seleção da raça senepol de Eldino e Guilherme Zeli.
A Paranoá Senepol recebeu na tarde do dia 17 de outubro, em Três Lagoas/MS, grupo de alunos de Engenharia Agronômica e Zootecnia da Unesp, campus de Dracena/SP, que foram até a fazenda conhecer a seleção de Senepol de Eldino e Guilherme Zeli.
O grupo de alunos, denominado Grupo Nero, coordenado pelo professor Danilo Domingues, conheceu os principais animais destacados recentemente no programa Safiras do Senepol, doadoras já consagradas e touros destinados para a produção de carne a campo.
Os acadêmicos também conheceram a estrutura da fazenda para manejo e as novas instalações destinadas à avaliação de reprodutores na prova que receberá o nome de Rubi Senepol. Como sempre faz, a fazenda Paranoá está aberta a visitas dessa natureza, a fim de contribuir com o conhecimento e o bom desenvolvimento do agronegócio.
A seguir, algumas fotos da visita dos alunos da Unesp, a quem a Paranoá Senepol agradece e deseja sucesso.