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Paranoá Senepol faz 8 das 23 novas Top 10 no Safiras

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A Paranoá Sanepol melhora sua seleção para formação de doadoras qualificadas a cada prova Safiras do Senepol. O resultado da edição 2015.1, divulgado no dia 6 de outubro, em Pirajuí/SP, revelou cinco novas Safiras Top 10 nascidas na fazenda, em Três Lagoas/MS, mais três que a Paranoá comprou bezerras em leilões e ficaram entre as 10% mais bem ranqueadas do teste. De 237 novilhas participantes, 23 se qualificaram Top 10 e dessas, portanto, oito levam a participação da Paranoá.

É uma sensação de enorme satisfação ver que formamos animais que vão contribuir com o melhoramento genético da raça”, declara Guilherme Zeli, titular da marca ao lado de Eldino Zeli, seu pai. A Paranoá participa do programa Safiras do Senepol desde a primeira edição, em 2009, e a cada ano revela um número maior de doadoras e cada vez mais bem ranqueadas. “É uma evolução que observamos na nossa seleção, sempre buscando o aperfeiçoamento da nossa genética e comparando, buscando até mesclar com o que existe de melhor em outros criatórios para melhorar cada geração que formamos aqui”, emenda.

Das cinco novilhas classificadas Safiras Top 10 na atual edição, as de propriedade da Paranoá, portanto com a marca EZ, e as dela com parceiros ficarão para coleta de material genético e produção de embriões para novas safras. Outras foram negociadas bezerras, antes do teste, e serão entregues doadoras, conforme a garantia estabelecida pela Paranoá no ato da comercialização.

Uma delas é Paranoá 253, arrematada no Leilão da Paranoá em março pelo Senepol da Terra Verde, de Alexânia/GO. Filha de AMI 635 Flor de Mayo em fêmea HBC Rondon 43K, sua mãe, a doadora Top Class Paranoá 14, foi recordista de preço no mesmo leilão. “Apostei na mãe dela, a produção da mãe dela é que me chamou atenção, além de a gente não ter aqui ainda nada do pai dela, já que o Flor de Mayo é um touro que está fazendo muitas jovens doadoras no Safiras”, relata Darlon Port, titular do Terra Verde. “E eu ainda tinha a garantia, ou seja, pai e mãe excepcionais e a credibilidade da Paranoá, então fiquei muito feliz”, comemora.

As outras três novas integrantes do time de Safiras Top 10 da Paranoá Senepol vêm de fora. Guilherme Zeli comprou em leilões bezerras das marcas R3, Brandamundo e Graz que se sagraram Top 10 no teste encerrado no início de outubro. “A gente sempre programa investimentos visando dar uma diversidade grande no nosso time de doadoras e conseguimos também um resultado bem expressivo dentro desse nosso planejamento de investir no que existe de melhor, para aperfeiçoar e atender o nosso mercado”, comenta Zeli.

As novas Top 10 da Paranoá chegarão à fazenda junto das que foram qualificadas Safiras Elite e Superior (16 no total), para dar sequência ao plano de melhoramento genético da marca, que será divulgado oportunamente aqui mesmo pelo site.

Investimentos garantem melhor produtividade de gado da raça Senepol na fazenda Paranoá

Senepol na Fazenda Paranoá, ao fundo o Rio Sucuriú.

Localizada às margens do rio Sucuriú, em um local onde o cerrado do Mato Grosso do Sul é cenário de belas imagens, encontra-se a fazenda Paranoá. Propriedade de Eldino Zeli desde 2002, é administrada pelo filho, Guilherme Candeloro Zeli.

Com uma área total de 2.244 ha, sendo 44,5% destinados ao reflorestamento com eucaliptos, 34,8% de áreas de pastagens e 20,7 % de reserva legal, a fazenda é destaque por manter processos organizados, ter boa gestão e também investir em tecnologia.

O Senepol

Na fazenda Paranoá grande parte dos investimentos são voltados para a produção de gado Senepol. A raça é originária da ilha caribenha de Saint Croix, nas Ilhas Virgens, e é resultado do cruzamento entre a raça N´Dama, do Senegal, e o Red Poll, da Inglaterra. Desde 1918, vive adaptada a um ambiente com poucos recursos, produzindo excelentes resultados.

Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol, a missão do rebanho era consumir as pobres pastagens da ilha para converter em carne, que serviria para alimentar os próprios habitantes de Saint Croix. Informações genéricas como intervalo de parto e performance de desenvolvimento eram guardadas como dados. Por décadas, os filhos e filhas dos animais mais consistentes eram usados como animais de reposição do rebanho.

No Brasil

O Senepol chegou ao Brasil no ano 2000 e teve uma rápida aceitação. Por ser um país onde o clima é tropical, prevalecendo muito calor, a raça consegue manter todas as características, sem perder a sua identidade. Guilherme está feliz com os resultados e conta como é feito o trabalho na fazenda, bem como sobre os investimentos realizados.

Em 2005, compramos o primeiro touro Senepol e identificamos que os seus filhos eram diferentes dos demais. Em 2009, compramos os primeiros animais puros, as doadoras. A Paranoá Senepol, desde então, só vem crescendo. Hoje, tenho mais de 100 doadoras e estou cada vez mais otimista em criar Senepol”, reforça o pecuarista.

A raça, caracterizada também pela habilidade em produzir bem em um clima totalmente quente, tem destaque no Mato Grosso do Sul. “O nosso foco é produção de carne, através do touro. A raça mãe do Brasil é Nelore e o Senepol tem características semelhantes ao Nelore, como a resistência ao calor e adaptabilidade. Os filhos desse cruzamento tornam-se extremamente dóceis, uma das grandes características da raça Senepol. O Objetivo é fazer touro a campo e essa raça aguenta o calor. Os animais pastam tranquilamente e poucas vezes procuram a sombra. Em 2011, eu estive em Porto Rico e visitei algumas fazendas. Local de clima muito quente e úmido, pude observar vacas de até 10 anos pastando normalmente. Isso nos alegra muito, pois é um animal que aguenta o nosso clima. O Senepol gosta de calor”, define Zeli.

Todo esforço e investimento no que existe de melhor na raça proporcionam à Paranoá Senepol vender touros para diversas partes do Brasil. “Recentemente, vendemos para Unaí, Formosa, Cristalina, entre outras cidades. Clientes que compraram em eventos anteriores, sempre voltam”.

Doadoras Senepol na fazenda Paranoá.
Doadoras Senepol na fazenda Paranoá.

Melhoramento Genético

A preocupação da Paranoá Senepol, desde que iniciou a seleção na raça pura, sempre foi garantir melhoramento genético nas gerações formadas dentro da fazenda, a partir de genética qualificada.

Existe uma prova de fêmeas, o programa Safiras do Senepol, que realiza vários estudos e avalia eficiência alimentar, características visuais, quantidade folicular de novilhas, entre outras mensurações”, comenta o criador. São sete as características avaliadas, para identificar os indivíduos superiores e permitir reprodução das melhores fêmeas.

Quando eu entrei na associação, em 2009, eram 70 criatórios e hoje passam de 350. Como a raça ainda é pequena, mas está em amplo crescimento, precisamos multiplicar apenas os animais superiores. Eu não posso pegar qualquer vaca e sair multiplicando”, alerta. Guilherme utiliza os processos de FIV (Fertilização In Vitro) e TE (Transferência de Embriões) para garantir animais de boa qualidade.

Utilizamos essas tecnologias apenas em indivíduos superiores, selecionados mediante provas, para produzir filhos melhores do que as mães. Para produção de carne, temos que produzir um touro sempre melhor do que o pai dele. Para isso, os animais são categorizados pelo seu desempenho nas provas e nós passamos a ter confiança nas informações que eles geram através de sua performance”, explica Guilherme.

Tecnologia

Para todo esse processo fluir até garantir uma boa qualidade da carne, a tecnologia é destaque. Zeli nos explica como funciona o processo de envio de informações para empresas e instituições que realizam as avaliações dos animais. É assim no que já existe de sumários como Embrapa/Geneplus. Será mais preciso ainda quando estrear uma tecnologia que vai funcionar para avaliação de touros em prova única no Brasil. “Estamos nos estruturando e até meados de dezembro desse ano já vamos iniciar uma prova que será batizada Rubi Senepol”, conta.

O teste consistirá em deixar os reprodutores por 150 dias em avaliação e medir eficiência alimentar através de cochos eletrônicos, que uma empresa parceira do processo instalou na fazenda. Esses cochos medem o consumo de cada animal, no momento em que ele entra para comer. São cochos que funcionam como balança e a informação de quanto ele comeu é enviada imediatamente para um computador da empresa, que armazena todas as informações de alimentação dos animais.

Cochos eletrônicos medirão em tempo real peso, consumo de comida e água dos animais.
Cochos eletrônicos medirão em tempo real peso, consumo de comida e água dos animais.

O mesmo acontecerá para medição de consumo de água. Quando o animal entrar na plataforma, que também é uma balança, ele será pesado instantaneamente. E quando beber água, o consumo também será medido eletronicamente e a água, reposta automaticamente no cocho. Todas essas informações também serão armazenadas no banco de dados da empresa e vão gerar índices para cada indivíduo.

A estrutura está pronta para 50 touros. A prova será coordenada por técnicos do Embrapa/Geneplus e da S+ Senepol, empresa que presta serviços para os criadores de Senepol. Eles também farão a avaliação visual dos animais. Zeli afirma, ainda, que um veterinário será contratado para realizar os exames andrológicos. “É como no Safiras, só muda a avaliação da questão reprodutiva”, resume.

Concorrência

Questionado sobre a comparação com a raça Angus, que também é destinada à produção de carne, Guilherme não vê concorrência. “O Senepol não vem para concorrer com ninguém. Se o criador insemina com Angus ou qualquer outra raça que não é feita para clima tropical, ele precisa repassar com outra raça que possa cobrir a campo, nisso o Senepol é imbatível”, sentencia. “Nossa proposta é fazer touro comprovadamente superior, para ter bezerro que irá comer menos e produzir mais, entre outros fatores. Tenho relatos de clientes que abateram animais meio-sangue com a nossa genética com vinte meses de idade, 18 arrobas e rendimento de 54% de carcaça. Você precisa de um ciclo rápido e satisfatório. Isso o Senepol proporciona”, finaliza.

Três Lagoas

investimentosParanoa-4Guilherme diz que em Três Lagoas e em toda região o mercado é muito bom para a venda de touros e diversos criadores buscam a sua genética devido à credibilidade e ao processo de escolha dos animais. “Em Três Lagoas, somos os pioneiros com a raça Senepol na seleção de gado PO. Estivemos esse ano na Expotrês e pretendemos, em 2016, participar mais ativamente, com um número maior de animais. Estamos estudando essa possibilidade e acredito que vai dar certo”, programa.

Sendo assim, percebe-se que na Paranoá Senepol todos os processos são desenvolvidos corretamente, com o objetivo de fornecer ao mercado animais diferenciados e que irão possibilitar grandes resultados aos seus compradores.

Divulgação: Sindicato Rural